Por Paulo Roberto Donatilio Rego

No início o processo
de desenvolvimento de um software era extremamente artesanal, e os softwares
tinham funções extremamente específicas. Enquanto a ideia de desenvolvimento de
softwares tinha seu foco em pequenos aplicativos, os problemas continuavam a
ser contornados de forma rápida, como o processo de criação era despreocupado e
focado em poucos e pequenos requisitos, não havia a necessidade de grande
esforço para a implementação de software.
Porém a tecnologia de
hardware evoluiu e com maior poder computacional em mãos o foco em
desenvolvimento começou a procurar outros desafios, mesmo pequenas empresas de
desenvolvimento passaram a criar algoritmos para tarefas complexas, havia cada
vez mais uma clareza de que os softwares poderiam ficar mais bem elaborados e
que fossem capazes de disseminar a informação de forma mais abrangente,
dinâmica e absorvendo a complexidade do processo para si.
O que veio a seguir é
conhecido pelo mundo todo como crise de software, diversas empresas foram
fundadas com o foco no desenvolvimento de software porém apenas umas poucas
conseguiam ir em frente, o poder computacional era grande, porém a estrutura do
processo de desenvolvimento estava falha, havia a necessidade de definir um
modelo a ser utilizado, e assim começaram diversos estudos em prol de criar um
padrão de desenvolvimento computacional, criando então um nicho específico
dentro da área computacional a Engenharia de Software.
A Engenharia de Software possui um conceito muito debatido e bastante abrangente, porém,
pode-se chegar a conclusão de que ao utilizar a Engenharia de Software como reguladora do processo de desenvolvimento de software, busca-se a construção de um software com qualidade, respeito aos prazos e sem elementos desnecessários.
Surgiram em seguida,
diversos modelos de desenvolvimento de software, citados como solucionadores no
processo de desenvolvimento porém com o passar do tempo alguns iam se revelando
instáveis ou incapazes de atender a demanda de prazo da necessidade humana do
consumo de software, havia a necessidade de se criar um método capaz de
trazer maior agilidade no processo que trouxesse pequenas soluções de forma ágil
e constante.
O ser humano
consumidor de tecnologia, tem a necessidade de que suas vontades sejam
atendidas através de um clique, e esta necessidade não extrapola o poder
computacional dos dias de hoje mas esbarra diretamente na maturidade do
processo de desenvolvimento de software, o que vem a ser um problema real e
direto para os dias de hoje: tem-se a capacidade de executar porém a capacidade
de desenvolver ainda não seria eficiente para resolver este problema. O que
fazer?
As demandas estão
presentes, os softwares devem ser capazes de acompanhar o hardware, e para
conseguir esta tarefa devem absorver uma grande quantidade de problemas para si
e deixar ao usuário pouca ou nenhuma necessidade de elaboração, o foco está na
informação e deve assim permanecer.
O modelo de
desenvolvimento de software precisava então ser revisto deixar de ser
tradicional e buscar novas formas para solucionar problemas antigos, surge
então, em 2000, um grupo de pensadores, profissionais neste ramo de ação,
focados em discutir formas de melhorar o este processo, e juntos eles foram
capazes de criar o Manifesto Ágil para o desenvolvimento de software que seguem
princípios básicos para o desenvolvimento de sistemas, transcritos em sua
íntegra abaixo:
“Estamos descobrindo maneiras
melhores de desenvolver software fazendo-o nós mesmos e ajudando outros a
fazê-lo. Através deste trabalho, passamos a valorizar:
2. Software em funcionamento mais que documentação abrangente
3. Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
4. Responder a mudanças mais que seguir um plano
Ou seja, mesmo havendo valor nos itens à direita, valorizamos mais os
itens à esquerda.”
A proposta em si se mostra oponente ao processo
tradicional de desenvolvimento e busca quebrar um paradigma que vinha sendo
habitualmente utilizado, o foco passa a ser justamente contrário a tudo que se
vinha buscando, e a partir deste pequeno manifesto simples porem divisor de
conceitos, surgem novos olhares sobre este processo, novas técnicas, novos
paradigmas, e existe emfim a renovação no método de desenvolvimento de
software.
Ainda hoje empresas buscam se orientar por modelos
tradicionais de processos de desenvolvimento de software, alegando a
complexidade de seus projetos que vem sendo desenvolvidos há um longo longo
tempo e trazem consigo diversas raízes muitas vezes realmente incapazes de
serem arrancadas.
Mas o que dizer da nova necessidade? Os computadores
eram do tamanho de um andar de um prédio e hoje são menores que a palma da mão
de um homem. Ao se propor a atender a demanda de usuário de tecnologia, deve-se
atentar para a novidade do cenário mundial, a tecnologia em geral, desponta
como a controladora da nova era e ao se propor atender esta demanda deve-se
refletir sobre o quão rápido ser? A sugestão desse trabalho termina-o de
forma contundente: Seja ágil!
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